Na Beira Interior os vinhos são influenciados pela altitude e grandes amplitudes térmicas, além de solos com forte capacidade de retenção de água combinando solos argilosos com xisto, granito e granito com quartz. As vinhas são rodeadas pelas serras da Estrela e Malcata a Sul e Marofa a nascente, entre os 700m e os 850m.
O principal benefício da viticultura em altitude deve-se ao clima mais fresco, que permite que teores de acidez total nos vinhos sejam mais altos, os quais são conseguidos graças às amplitudes térmicas entre o dia e a noite. As noites frescas levam a maturações mais lentas e uniformes da uva, potenciando a concentração de aromas e sabores. Durante o dia, a maior radiação devido à proximidade do sol, aumenta a fotossíntese, acrescentando mais de cor e com um grau alcoólico não muito elevado.
Na Beira Interior, entre os solos xistosos da bacia hidrográfica do Douro e graníticos das montanhas circundantes, existem muitos filões de quartzo. Aqui temos um melhor arejamento do solo, menor retenção de nutrientes, baixas produções e fundamentalmente melhor insolação devido à reflexão da luz solar pelo quartzo, favorecendo as maturações.
Esta é uma combinação única para o desenvolvimento das castas autóctones em vinhas velhas, já perfeitamente adaptadas ao clima e ao solo, como são os casos de: Tinta Roriz (Tempranillo), Jaen (Mencia), Mourisco, Rufete e Touriga Nacional para os tintos, e Fonte Cal, Rabo de Ovelha, Síria e Gouveio (Godello) nos brancos. Este “terroir” dá origem a vinhos frescos, vivos e de aromas intensos, mas também mais finos e equilibrados.
Em 2011 regressei à mesma Adega onde tinha feito a minha primeira vindima em 1986, na aldeia da Vermiosa, em Figueira de Castelo Rodrigo. Entre as vinhas mais altas de Portugal, aqui cultivo uvas, vinifico e estagio os meus vinhos da Beira Interior, que desde o início se tornaram uma das referências que tem impulsionado esta região DOC, com o conceito pioneiro de ‘Vinhos de Altitude’.
